Com a disputa acirrada para os últimos dos
mais de 3 milhões de ingressos colocados à venda pela Fifa, a
concorrência agora vem da internet. Sites cobram até R$ 80 mil para os
principais jogos, sem dar ao torcedor a garantia de entrar nos estádios.
Mesmo que a Fifa insista em dizer que só é possível adquirir os
ingressos por meio de seu site oficial e de promoções dos patrocinadores
- lembrando que pode cancelar os bilhetes que não forem negociados
pelos trâmites legais - diversas páginas oferecem entradas para todas as
64 partidas do Mundial. Com sede na Espanha, o Iguana Tickets tem uma
versão em português que vende entradas para a Copa. Com um desenho
semelhante do site oficial da Fifa, a página anuncia ingressos de todos
os jogos em todas as categorias. O mais caro é o para o setor vip na
final, pela bagatela de R$ 79.931,02. Além do Iguana, outras páginas,
como Ticket, Tri Tickets, Ticket Network, Live Football Tickets e a
Guarantee Tickets também anunciam entradas para o Mundial. O esgotamento
de ingressos pode levar torcedores a compras impulsivas. Por isso, o
Procon pede cuidado. "O consumidor que opta por adquirir ingressos de
uma fonte ilegal se sujeita a perder uma pequena fortuna. Além da
entrada, a pessoa pode pagar viagem, hospedagem e ter a decepção de não
entrar no estádio", alerta o assessor técnico de fiscalização da
entidade, Luciano Souza. Ele acredita que o Procon deve ter trabalho nos
próximos dias. "Depois da venda desse último lote, as pessoas que
entram na fase de desespero passam a comprar por esse tipo de site e
começamos a receber denúncias", diz. Para evitar estelionatos, a Polícia
Civil está de prontidão com quatro departamentos para combater a venda
de ingressos ilegais tanto pela internet, como no entorno dos estádios. O
Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o
Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) atuam no combate à
venda dos ingressos pela internet. Ronaldo Tossunian, delegado que
trata de crimes eletrônicos pelo Deic, diz que alguns distritos já
registraram boletins de ocorrência. "Muitas vezes, as vítimas passam
registros de seus cartões direto para a conta dos estelionatários",
conta o delegado. Segundo ele, os autuados nesse tipo de crime podem
pegar de 1 a 5 anos de reclusão.
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