quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Brasil segundo no ranking de usuários de Cocaína e Crack..
O Brasil é o segundo país com maior número de usuários de cocaína em pó e
crack no ano de 2011, atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo a
pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do
Álcool e Outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp) divulgada nesta quarta-feira (5), existem 2,8 milhões de
consumidores no país, contra 4,1 milhões registrados pelo primeiro
colocado. Quando as duas drogas são consideradas isoladamente, o Brasil é
o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína. Segundo a
pesquisa, 17% do total de usuários consumiram os dois tipos de droga.
Segundo o médico Ronaldo Laranjeira, organizador do estudo, os países
desenvolvidos diminuíram o consumo da droga. Na contramão, os emergentes
elevaram o número de usuários. “Isso mostra que temos uma rede de
tráfico no Brasil inteiro que sustenta quase 3 milhões de usuários de
cocaína e crack”, disse. Apesar de o número dos usuários de crack ser
inferior ao da cocaína intranasal, esse é o público que mais preocupa o
médico. “É a população que tradicionalmente tem uma mortalidade maior.
Com certeza, 1 milhão de usuários de crack é problema muito mais
preocupante que [cerca de] 2 milhões de usuários de cocaína”, disse
Laranjeira. O estudo aponta que 27% dos usuários dos dois tipos de
cocaína – em pó, de uso nasal, e em pedra, fumada - consumiram a droga
todos os dias ou ao menos duas vezes por semana, no ano passado. Quase
metade (48%) foi identificada como dependente químico, mas apenas 30%
deles disseram ter a intenção de interromper o uso. Outro ponto
preocupante abordado pelo relatório foi a idade de iniciação. Os
usuários que experimentaram cocaína antes dos 18 anos de idade são quase
metade (45%). Além da iniciação precoce, o acesso à droga também é
facilitado, pois 78% deles consideraram fácil encontrar o produto. Por
outro lado, a busca pelo tratamento é baixa e apenas 10% dos usuários
procuram ajuda.“O acesso é muito difícil no Brasil e a qualidade do
tratamento é muito precária. Então, é isso que a gente tem que mudar,
nós temos que criar um sistema que realmente funcione”, disse
Laranjeira.
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